domingo, setembro 16, 2007

Dirty dancing



Medo. É a melhor palavra para descrever a sensação. Não tem nada a ver com terror, é só um medo mesmo, um frio na barriga e uma vontade tremenda de sair correndo, ao mesmo tempo que congela, não deixa dar um passo para nenhum lugar, só ficar ali.


A compania já gera um certo desconforto, uma sensação estranha no peito, um aperto que mal deixa respirar, surge exatamente abaixo da boca do estômago e sobe (sempre sobe) até a metade do externo, as vezes parece uma pulsação, e nem chega ao meio do peito, fica na boca do estômago mesmo. Mas passa, logo a gente se acostuma e passa.


O medo vem de verdade com o toque. A reação é violenta, irradia do lugar do contato para todo corpo em miléssimos de segundo. No ponto sente-se uma certa dormência, um relaxamento involuntário, mas no resto do corpo... o abdomem contrai, espelindo o pouco ar que estava entrando, a falta de ar faz com que as mãos fiquem geladas e a musculatura das pernas totalmente descontraida. Um pulso elétrico percorre todo o corpo, sobe pelo braço, passa pela nuca, faz a volta pelo pescoço, desce pelo peito, brinca com o umbigo, deixa uma moleza nas coxas e vai até o pé, a concentração no dedão é fantástica! Volta pelo calcanhar, sobe pela parte detrás das pernas, dá um aperto nas genitais, deixando um formigamento incrível. Vai pelas costas arranhando tudo, chega na nuca e faz todo percurso de novo e nem passou um segundo.


O beijo é muito pior, os pulsos elétricos são agora em várias direções, nem dá pra saber direito por onde estão passando, provocam uma palpitação no coração, agita todo sangue, que circula numa velocidade tão alta que a fricção com as veias aquece todo corpo, as mãos geladas dão lugar a mãos suadas, ainda frias, mas úmidas.


Um leve toque com a língua na orelha agora é avassalador, quanto mais sutil maior o efeito, a dormência dá lugar a um tremor, tudo treme, o terremoto é fruto da avalanche de pulsos elétricos em todas as direções, que andam desordenadamente, a respiração cadencia, se torna curta e forte, só mudando nos momentos que não dá mais pra aguentar. Nesse momento é a força que interessa, o toque sutil deve dar lugar a algo mais intenso, a sensação passiva dá lugar a uma necessidade ativa de sentir até os ossos, a ponta dos dedos e a boca ficam doidos, cravar as unhas é apenas um jeito de sentir mais, morder uma maneira de precionar a boca o máximo. Este momento, onde nada mais interessa, quando o resto do mundo se apaga, parecendo que fomos tranferidos pro meio do espaço, não se ouve, não se vê nada, não se cheira nada, é só tato...este momento é o que eu gosto de ver tu sentido.

sexta-feira, julho 20, 2007

Três lados


A água gelada batendo no couro cabeludo e escorrendo pelas costas causa o espasmo habitual, quase um soluço, o deixando sem ar por uns instantes. Ao mesmo tempo alivia o calor úmido e pesado de Porto Alegre e ajuda a tirar os últimos efeitos de um misto de ressaca com sono, frutos de uma noite má dormida com muitos canecos de chopp em plena segunda-feira. Beber numa segunda-feira, onde é que eu tava com a cabeça?! Tá certo que tava calor, mas…pô, segunda!

Se lembrar da cabeça faz com que ela fique mais pesada e o movimento de abaixar pra pegar o shampoo fica bem mais dolorido. Pensa em Joana, indo embora apressada, ainda um pouco desnorteada pela bebida, ela precisava ir para casa rápido, os pais não podiam saber que ela tinha passado a noite com ele, dormido com ele. É uma criança, o quê?, uns dez anos mais nova?, não, deve ser oito, grande diferença! Foi como uma incêndio, uma explosão, ao primeiro toque já dava pra sentir a pulsação na pele, o primeiro beijo foi o estopim, BUMM! Dai pra frente não se sabia mais quem era quem, braços se agarraram, pernas se entrelaçaram e as bocas ávidas pelo contato mais profundo possível, mesmo com o gosto de sangue do outro. A bebida ajuda (ajuda?!), desinibição total, querer era fazer, de saia então, melhor! Não demorou muito pra calcinha de quadrinhos sair de cena, pêlos ralos, bem aparados….e que textura, lisinha, irresistível!

Tesão a mil, ela crava as unhas nas costas dele e vai puxando, arqueando o corpo, até senti-lo todo dentro dela…só pararam quando os dois estavam exaustos e suados. Foi tão intenso que ele só queria ficar ali, sentir a pele, prolongar o momento o quanto desse. Tiveram uma conversa aberta, agradável e sincera, talvez a mais aberta que ele já teve. Ela tem que ir…mas…, pegaram no sono, despertaram meio que de susto, se despediram rapidamente, desceram, ele chamou um táxi e ela foi pra casa. No caminho de volta ao apartamento não pode conter um sorriso no rosto, acompanhado de um frio estranho na barriga.

Duas horas de sono, só um banho gelado pra melhorar. Já devo estar a meia hora embaixo d'água, tenho que parar de pensar bobagens e sair…putz, foi bom, mas não tá certo, sabia que ia dar nisso, era inevitável depois de tanto tempo juntos, mas tô sacaneando pô, não sou uma boa pessoa pra ela (pra alguém?!)…ai merda.

Na saída do banho se lembra que esqueceu a toalha, o rastro de pegadas molhadas pela casa é usual. O trabalho foi penoso, tentar filtrar todo aquele álcool que ainda estava no sangue não foi nada fácil. A imagem de Joana deitada na cama, olhos fechados, quase dormindo, era um fator a mais para tornar o dia menos produtivo.


Depois do trabalho ele ligou pra ela:
- Oi...
- E ae?
- E ae? Como tu tá?
- Cara, que ressaca, minha cabeça dói muito, sem falar que tô desmemoriada...
- Como assim??
- Ah, só lembro das coisas em flashes.

Ele ponderou um momento sobre como deveria responder.

- Tá, mas tu lembra que...
- Sim, não, mais ou menos. É que foi muito doido aquilo, hahaha, sei lá.


O papo seguiu numa naturalidade surpreendente, conversaram por horas. Caralho, achei que ia ficar maior climão, mas ela tá na boa...que tri.

No dia anterior haviam se encontrado com um grupo de amigos, a promessa de não beber por um mês que ele havia feito uns dias atrás durou tanto quanto o primeiro copo de cerveja. O bar fechou bem antes da vontade de beber terminar, a deles, os amigos já tinham ido há horas, rumaram pra casa dele com algumas long neck's compradas no caminho.


Quase ficaram pelo elevador mesmo, lugares inusitados são interessantes disse ela, aos tropeços entram em casa, provavelmente despertando a atenção dos vizinhos, discrição não estava em alta. A vontade era ficar explorando o corpo dela por horas, mas o desejo era mais urgente, então ela o puxa pra dentro, iniciando um delicioso rebolado, o paraíso era debaixo do vai-vem de cadeiras, ela parece tão linda quando morde o travesseiro, perdendo controle que ele perde também. Ficam um pouco em adoração silenciosa, aproveitando as endorfinas do amor. Num momento de sobriedade conversam um pouco, ao mesmo tempo que ele começa uma lenta exploração do corpo dela, primeiro com a ponta dos dedos, acaricia o rosto, braços, pernas, costas, depois sua língua volta a tocar a pele, provocando arrepios que vão da nuca à coxa, atiçando a vontade, a mordida no pescoço, que arranca um sonoro gemido, foi mera consequência. Raios de sol já tocam a janela quando eles deitam lado a lado, a intenção não era dormir, mas o aconchego um do outro, auxiliado pelo entorpecimento do amor e da bebida, é mais forte.


- Sei que já disse isso antes, mas acho que dessa vez fico um mês sem beber...
- Hahaha, sei! Peraí, vou colocar uma música.
- Tá. Mas é sério, não tá dando nem tempo de me recuperar...e além disso ainda faço bobagem... (♪... ♪)
- Bobagem? (♪... ♪)
- É, tu sabe! (♪... ♪)
- Sei? (♪... ♪)
- Bah, é que tô me sentindo estranho, não queria te sacanear... (♪ Sucker love, a box I choose ♪)
- Me sacanear? (♪ No other box I choose to use ♪)
- É, meio que me aproveitei da situação... (♪ Another love I would abuse ♪)
- Ah, tu quer dizer pelo que aconteceu? (♪ No circumstances could excuse ♪)
- Isso, me aproveitei da nossa amizade... (♪In the shape of things to come ♪)
- Tu nunca teve vontade de provar alguém? Ver como era? (♪Too much poison come undone ♪)
- Sim. (♪ Cuz theres nothing else to do ♪)
- Tá, eu também, e não sou de passar vontade. (♪ Every me and every you ♪)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Bom de cama



Jeremias era muito bom de cama, dormia muito, mas muito mesmo e só não dormia mais por falta de tempo. Quando dava dormia 14 horas por dia, quando não dava dormia 12. Aproveitava cada instante para dormir, intervalo do almoço, o caminho de ônibus pra casa, sentado no vaso do banheiro, qualquer ocasião era ocasião.

Só acordava para o essencial, comer. Trabalhar também fazia parte, mas era só uma maneira de manter seu estilo de vida, ou seja, sustentar a comida e o sono.

Sua mulher não reclamava, Jeremias chegava do trabalho, comia, comia (duas ou três vezes) e dormia. Acordava no outro dia de manhã, comia (uma ou duas vezes), comia e ia trabalhar. Fora a pouca companhia que o marido fazia era um marido ideal. Trazia o sustento para casa, a fazia muito feliz na cama.

Chegou a ir no médico, alguma coisa devia estar errada, mas não tava, saúde em ordem, incrivelmente saudável apesar de não se exercitar nada e de ter passado provalmente mais de 17 dos seus 34 anos dormindo. Sua mulher tentou de tudo, café forte, guaraná, umas folhinhas colombianas que uma amiga receitou, nada diminuia o sono do esposo. Não que fosse ruim a convivência com ele, ao contrário, era excelente nos breves instantes que estavam juntos, mas que era assombroso o tempo que ele dormia era.

Houve um tempo em que ela pensou que ele tinha uma amante, por isso andava sempre cansado e com sono, mas tirou essa idéia da cabeça, Jeremias correspondia muito bem ao seus não poucos desejos, de noite e de manhã, até dormindo ele respondia. O sono era tanto que dormiu na sala de espera do hospital na tarde que nasceu seu primeiro filho e na manhã que nasceu o segundo. Mesmo neste momento em que qualquer um ficaria tenso e ansioso, Jeremias tinha o sono dos anjos.

Com a chegada do segundo filho, quando o primeiro ainda tinha um ano de idade deixou a vida da família mais complicada, a vida da esposa é claro, porque Jeremias continuava como sempre. Só que sua esposa não estava aguentando, duas crianças pra cuidar sozinha é muito foda. Partiu para todas as terapias alternativas que encontrou, simpatias, macumba, benzedura, coisas holísticas e com cristais, luzes e o caralho a quatro, sem resultados, até ovo de codorna tentou. Isso até ajudou um pouco, Jeremias conseguia levantar uma ou duas vezes por noite pra olhar os filhos, desde que isso não exigisse mais de 10 minutos.

Um dia no retorno do trabalho seu ônibus foi assaltado, levou um susto tremendo, porque o assaltante não acreditava que com toda aquela agitação alguém pudesse estar dormindo. Com a pancada que levou no lado esquerdo da tempora acabou acordando, entregou tudo que tinha para o assaltante e foi acordado o restante do caminho até em casa. Pela primeira noite em sua vida teve problemas pra dormir, a adrenalina ainda correndo no seu sangue o impedia de ter uma noite tranquila. Tá ai a solução pensou sua esposa, a adrenalina é do que ele precisa pra ficar acordado! Então Jeremias passou a se expor a situações de risco todos os dias. Foi uma maravilha, sono de no máximo 6 horas por dia. Vivia em um dia com a mulher uma convivência que antes levaria uma semana, até choop com amigos ele começou a tomar, não dormia na mesa do bar.

Com o tempo o efeito da adrenalina não era mais o mesmo e Jeremias se arriscava cada vez mais, um certo dia, com muito sono, se distraiu na sua tentativa de obter mais adrenalina e acabou caindo do parapeito de um prédio de 23 andares. Sua esposa não se conformava, depois de tudo que ela fez o sono venceu, Jeremias iria dormir pra sempre.


Mas o que isso tem a ver comigo, o escritor desse diário? Nada! Nem conheço o tal ai de cima, quem me contou a história foi uma amiga, a que receitou as folhas colombianas, nem achei grande coisa, mas resolvi anotar, me contou a história depois de um momento muito intimo, ia ficar chato esquecer.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

InCondicional





Lado A
Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo céu
Fiz de tudo cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios
E quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor do fel
É de cortar

Lado B
Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios
Sei
tanto te soltei
Que você me quis
Em todo o lugar
Li em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso



Meio
Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia
o que mais?
E alguma coisa a gente tem que amar
Mas o que, não sei mais
Os dias que eu me vejo só são dias
Que eu me encontro mais
e mesmo assim
Eu sei também
existe alguém pra me libertar


sábado, abril 01, 2006

Encontros e despedidas



Ela chegou de mansinho, passo leve, andar gracioso, sabia onde colocava cada pé, completamente dona da situação. Parou para se aprumar e logo percebeu que ele estava por ali. Velhos conhecidos.

Diferente dela, ele veio meio estabanado, olhando para todos os lados, sem saber para onde ir. Também tem sua graça mas parecia bem mais bobalhão. Assim que entrou sabia que ela estava presente, perfume inconfundível.
Quando se olharam a consternação era evidente, ela arisca, ele desconfiado, velhos conhecidos mas estavam há um tempo sem se ver. A noite foi passando e eles ali, eram amigos mas tinha uma certa tensão no ar, cada movimento de um gerava uma reação contrária no outro, arriscavam aproximações leves, mas não ousaram muito. Ela olhava fixo para ele, queria algo, ele olhava para os lados disfarçadamente. Num descuido se tocaram. A reação foi mais instintiva que proposital, ele recuou e ela pulou de lado.


Ela que chegou manhosa, saiu apressada. Ele que não sabia o que esperar ficou sem reação, entre o se correr o bixo pega, se ficar... Não há nada mais cômico que os encontros de um cachorro com uma gata.

quinta-feira, março 23, 2006

Modismo



O bom de ser um pensador é saber que nossas teorias podem e devem mudar. Já afirmei aqui neste espaço que o canalha nasce canalha e não se torna canalha....bem, isso pode não estar certo.

A dúvida é bem mais geral que isto, é biológica e social. Existem características genéticas "naturais" e as modificações causadas por influência externa. O comportamento social moderno é um exemplo de influência externa. Cada vez mais suprimimos os instintos em prol de uma convivência melhor e mais pacífica (o que até pode ser bom no final das contas). Mas muito do socialmente aceito não é natural na espécie humana é uma adaptação a um sistema de vida.

O ponto é, até onde vai essa influência? Que é capaz de mudar hábitos, gostos e opiniões é claro, mas será que chega ao ponto de nossas pré-disposições genéticas? Será que chega ao ponto de influenciar na orientação sexual? (Se é que isso é genético...)

Cada vez mais vejo os netos¹ da revolução sexual se comportando de uma maneira que parece mais modismo que uma orientação sexual. Meninas beijam meninas nas ruas mais pra impressionar, causar impacto, fazer algo diferente, do que como uma orientação sexual. Isso deve acontecer com meninos também, mas ai o furo é mais embaixo, a sociedade tolera mais facilmente o comportamento homosexual feminino do que o masculino. Não pode-se negar que essa nova geração é bem desencanada com a questão da sexualidade, esse é o fruto da revolução. Mas como subproduto veio o modismo que ser homo é cult, ou melhor, ser bi é cult, não ficar "limitado" pelo gênero. Então, não sei ao certo se o que acontece é que, com toda liberdade de escolha sexual, com respeito pelas opções e tal, as pessoas estão demostrando mais suas tendências ou se a tendência que isso seja socialmente aceito² esteja fazendo que alguns tomem essas opções como uma maneira de aparecer. Deve ter das duas coisas, lógico, mas o que mais vejo é o modismo.

Se essa influência externa pode chegar tão profundamente, pode até mudar uns homens chatos pra uns canalhas, não?


____________________________
¹ A segunda geração após a revolução sexual, a gurizada com idade entre 12 e 17 anos aproximadamente.
² Leia bem...socialmente aceito, não estou discutindo se é normal ou não...só aceito pela sociedade!!!

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Confissões



Simpático diário. Faz quase um ano, muitos meses na verdade, que não escrevo nada. Aconteceu o que de pior pode acontecer a um vagabundo e canalha como eu, arrumei um emprego. O emprego não me deixa ser, efetivamente, nenhum dos dois!! Entende o problema fundamental? Ser canalha demanda tempo, ao ser vagabundo o que mais sobra é tempo, uma união perfeita, mas trabalhando não sou, nem querendo, vagabundo e portanto, sem tempo pra ser canalha.


Esse ano, semestre pelo menos, vou ter um intervalo pra almoço um pouco maior, então vou tentar escrever alguma coisa de vez em quando. As idéias continuam na mente, só não passam pro papel. A tecnologia também não colabora, o sistema de comentários que eu usava não existe mais, tô mudando...todos os comentários anteriores vão ser perdidos...vou republicar como comentário só os dos últimos posts, tudo ia dar muito trabalho. O servidor de imagens que eu usava também saiu do ar...vou ter que encontrar outro...mas tão logo quanto possível vou estar escrevendo de novo.

quarta-feira, julho 27, 2005

Resumo



Sou um plagiador. Adoro sexo. Gosto de chocolate. Não gosto de chuchu, isso é certo. As vezes acordo de mau humor, as vezes durmo de mau humor e, as vezes, passo o dia de mau humor. Estou geralmente alegre. Gosto de animais. Tenho bons amigos. Sou extrovertido. Não gosto de fazer papel de bobo. Faço kung-fu. Sempre tomo café. Escuto música o dia inteiro. Gosto de comer quando bebo alguma coisa. Sou vagabundo, não é preguiçoso, é vagabundo mesmo. Penso antes de agir. Tomo banho demorado. Não consigo ser alegre o tempo todo. Tenho cara de metido. Gosto de gente, de barulho. Aprendi a amar. Arranco pêlos com pinça. Sou viciado em computador. Gosto muito de cinema. Gosto de quem me dá atenção. Deixo os instintos me guiarem as vezes. Uso creme pras mãos, pro rosto e pro corpo. Acordo com a cara amassada. Não gosto de televisão. Adoro sexo. Passeio com meu cachorro. Brinco de equilibrar no meio-fio e onde der. Fico irritado. Sou tranquilo. Sou desconfiado. Adoro pessoas rápidas. Gosto de dançar. Sou desastrado. Assitia o fantástico mundo de Bob. Gosto de cozinhar e até saem umas coisas boas. Sei no que sou bom e no que não sou. Tenho cinco irmãs, doze tios e sei-lá-quantos primos. Não fico remoendo pequenos problemas. Gosto de pessoas reais. Sei viver sonhos. Sou chato. Já quis dominar o mundo. Gosto de comida mineira. Me apaixono todo dia, geralmente pela mesma pessoa. Gosto de beber com os amigos. Faço tipo. Toquei numa banda, agora tô aprendendo a tocar violão. Fiquei velho cedo demais. Sou pau-pra-toda-obra. Sinto saudades de coisas que eu não conheço. Sou o mais justo possível. Não tenho medo da morte, não da minha. Aprecio coisas simples. Gosto de teatro. Tenho duas gatas. Não gosto de ficar sozinho. Falo alto. Penso em sexo todos os dias. Detesto mau entendido. Olho no olho quando converso com alguém. Não gosto de mentira. Cuido da minha saúde. Gosto de matemática. Sinto quando tem algo errado com alguém. Sou carente. Me recupero fácil. Perdôo quase tudo. Amo perfumes. Fantasio pra caralho (minha imaginação é foda ;)). Sou detalhista. Consegui controlar impulsos exibicionistas. Falo sozinho. Gosto de pintura e escultura. Gosto de viajar. Sempre faço programa de índio. Amos meus avós. Sou vaidoso. Não acredito em religiões. Mudo de opinião. Já acampei no passo das pedras. Aprendí a reconhecer quando estou errado. Não consigo viver sem mim. Gosto de detalhes. Cheiro de mulher me deixa louco. Dormia nas aulas. Gosto do inverno pra tomar vinho e comer foundee. Adoro dormir juntinho. Fico queito as vezes. Já fui em Veneza. Tenho dores de garganta. Não acredito em vida após a morte. Se eu amo é pra sempre, mesmo que acabe. Só sei fazer bolo de caixinha. Sempre gasto tudo que ganho. Fico feliz quando quem eu gosto tá feliz. Amo pessoas criativas. Gosto de programas em grupo. Gosto de crianças e elas me amam. Tenho resistência em chorar. Já magoei. Tranco o nariz quando passo por alguém fedorento. Gosto de coisas verdes. Adoro bolachinha água e sal. Fico filosofando enquanto caminho. Passado a paixão inicial o que mais me atraí numa pessoa são as pequenas coisas fascinantes que ela faz. Tenho mania de achar solução pra qualquer coisa que me falem. Como na frente do computador. Deixo coisas espalhadas pela casa. Faço papel de advogado do diabo, tenho que parar com isso, ele que vá pro inferno. Encontrei alguém que tem o fogo, que é mais brilhante e que alcança o céu!


(Obrigado Rafa pela inspiração! Como eu disse, sou um plagiador, mas não desonesto, quem tem Orkut entre no Perfil da Rafaela pra ver o original.

quinta-feira, julho 14, 2005

Comentários



Nossa, tenho leitores que realmente se inspiram pra comentar...vou transformar em post o comentário deixado pro conto Amor platônico.


Pois é...acho que isso acontece às vezes. Tem gente que adora sonhar com o impossivel, melhor, com o improvável. Não entendo muito bem o fascíno que a telinha exerce sobre a gente, mas o fato é que isso acontece. Quem não suspirou quando a Katherin Zeta Jones desce do barco na péssima adaptação do clásssico espadachim solitário em a "Máscara do Zorro"?. E esta cena do "Moça com Brinco de Pérola", apaixonante! Ok, as duas são lindas mesmo, mas sei lá!!! Depois de ver o filme também pensei estar apaixonado por ambas. Imaginava as duas na minha frente, e o que eu faria...provavelmente não faria nada! Eu iria ficar paralisado, como já aconteceu outras vezes na vida real.
Não tenho certeza, mas talvez essas fantasias sejam fundamentais para a gente. Motivações extras do dia-a-dia, quebras do cotidiano e da vida real, um combustível para atiçar o imaginável. Bem talvez seja esta a razão da existência dos amores platônicos: povoar nossas mentes com idéias do "como poderia ser".



Só não concordo com a última frase..."como poderia ser"...amor platônico é pra ter, amar sem esperar nada em troca, muito menos esperar ser retribuído. Essa coisa de como poderia ser só gera expectativa nos relacionamentos e expectativas sempre levam a decepções. Já pra atiçar a imaginação....isso é bom!

quinta-feira, julho 07, 2005

Amor platônico



Estou irremediavelmente apaixonado. A primeira vez que a vi foi no cinema, fui ver um filme com minha namorada, só percebi a presença dela depois de uma hora de filme, foi fulminante. Amor a primeira vista, toda aquela coisa que eu nunca acreditei, baboseira total...toda convicção por água abaixo. Acho que nem vi o final do filme, ou melhor, vi, mas não conseguia tirá-la da cabeça. Linda, cabelos ruivos, olhos azuis brilhantes, uma boca que mais parecia dois gomos de laranja...foi uma visão por poucos segundos, mas foi arrebatadora.
Do cinema pra minha casa foi só questão de tempo, pouco tempo pra falar a verdade, poucos dias depois do cinema a encontrei numa loja no centro da cidade, tratei de descobrir tudo sobre ela, o que fazia, de onde era, seu nome, idade e tal. O que não deu pra descobrir na hora eu descobri em casa, levei ela pra minha casa, óbvio, estava apaixonado, não tinha outra maneira, tinha que tê-la comigo. A partir daí sua presença na minha casa foi ficando cada vez mais freqüente; no começo eram apenas algumas noites por semana e depois quase todas. Tudo isso foi uma novidade pra mim, estava acostumado a ter paixões platônicas, que nunca, ou quase nunca, se concretizavam. Levá-la pra minha casa, tê-la comigo quase todas as noites, sem sombra de dúvida era uma novidade.
Sempre fui um romântico inveterado, desde criança tive amores platônicos, o primeiro foi minha professora da primeira série, Maria Angélica, que nem era minha professora, era da outra turma, arranjei a maior confusão até conseguir ir pra turma dela. A partir daí foi uma seqüência de amores por professoras, provavelmente movida pelo amor inicial, não correspondido. Na quarta e quinta série foi a professora Rejane, de ciências, me senti completamente traído quando ela casou com um carinha engomado que tava sempre na casa dela (eu também sempre tava lá, porque ela não casou comigo?). Na sétima foi a profe Silvana, de religião, estudava num colégio católico...nunca prestei tanta atenção às aulas de religião como naquele ano. Ela era diferente das outras professoras, ela era jovem, muito, devia ter no máximo 21, loira (de verdade), olhos azuis, e tinha um jeito que beirava a inocência, mesmo pra mim, uma criança de 14 anos. No final do ano ela foi embora pra outra cidade, Caxias eu acho, me deixou o endereço e o telefone, nunca liguei e acabei perdendo o caderno que tinha anotado (na capa). No último ano do segundo grau, na flor da adolescência, com os hormônios saltando pelos olhos, toda aquela tensão sexual no ar, não deu pra evitar a promiscuidade, foram dois amores platônicos ao mesmo tempo. Quando eu vi a Tati, professora de biologia, parei de respirar, ela caminhava como se nem tocasse o chão, sorriso largo, sempre falante e pra cima. Cada vez que ela chegava perto eu ficava tenso, ela percebia isso e se aproveitava, me deixava vermelho com uma facilidade irritante, mas agora percebo que era ensinamento. Mas no meio do ano conheci a Andréia, profe de Literatura, nunca li tanto como naquele ano, foi o maior dos meus amores platônicos, mas cheguei três anos atrasado, ela já era casada. Claro que isso não diminuiu meu amor por ela (e pela Tati), eram tardes inteiras conversando ou melhor, ouvindo, O problema era quando as duas estavam juntas, não sabia pra qual dar atenção, minha sorte que era tudo platônico, foi mais fácil assim.
Mas agora tava diferente, não sou mais um gurizinho, claro porque depois desses amores platônicos tive alguns amores reais, bem reais, como tudo que tem num amor de verdade, paixão, carinho, desilusão, briga, ciúme, cumplicidade, traição e o diabo a quatro, outros nem tão reais assim, tinha aprendido bastante nesse tempo. Agora eu ia pra cima, não fico só no mundo da minha imaginação, foi por isso que dias depois do cinema, quando a vi na locadora a levei pra casa e comecei a ver todas as noites, estou irremediavelmente apaixonado pela personagem Greta de Scarlett Johansson no filme Moça com brinco de pérolas, mais exatamente na cena que ela tira a túnica que lhe cobre o cabelo.

quarta-feira, junho 29, 2005

Sentir com inteligência, pensar com emoção...



Não vou escrever nada hoje, só um link

http://www.fotolog.net/clairvoyance

Essa minha amiga é foda, leiam o que ela escreve. Tem muito mais de onde veio esse!

segunda-feira, junho 27, 2005

Sentado a beira do caminho



É sempre amor mesmo que mude. As vezes as águas de março são tardías, chegam só em junho, no final, mas continuam sendo as mesmas, trazem as mesmas lembranças. As águas deste março trazem as águas de muitos marços, muitos que não tiveram seus pingos pra levar embora o verão, agora as folhas caem novamente, mostram que tem um entardecer antes da noite. O sol do verão queima o meu rosto, vem a chuva e molha, apagando esse fogo, curando a queimadura. As vezes queremos que o sol não vá embora, que fique um pouco mais, ninguém sabe aquecer como ele faz. Eu ainda lembro o dia que o encontrei, em fogo, brilhante, tomando conta do céu, mas chegou a tempestade devastando o lugar, matando as plantas, castigando animais, bons e maus de uma só tacada. Preciso lembrar que existe um amanhecer depois desta noite, um dia azul espero, não quero ter que procurar um bom lugar pra ler um livro, quero aproveitar o dia. Depois do inverno vem a primavera não é mesmo? Quando o sol vai retomar a dianteira, vai avisar que o céu é dele e que tudo vai mudar.
Mas é assim que é, todo ano tem uma primavera, pra recriar a luz, pra que tudo nasça mais belo, pra enfeitar amores gris, e tem um março. Espero que o tempo não traga tardiamente as águas do próximo, não quero ter que esperar por dois ou três marços pra ter a chuva no meu rosto. Porque esse março, que só acabou en junho, entrou pro Top 5.

terça-feira, maio 31, 2005

Confusões amorosas



Uma vez lí um poema do Drummond, bem conhecído,


Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.


Carlos Drummond de Andrade


achei o máximo, pensei, a vida é bem assim mesmo...a inocência é linda, não é mesmo? Pra esse poema ficar real teria que ser escrito assim:


Quadrilha 2

João amava Teresa, Fernanda e Gabriela que amava Raimundo e Fernando.

Teresa gostava de José, morria de tesão por Rafael e já tinha beijado Manoela.

Fernanda nem sei quem era, apareceu por lá certa vez e nunca mais.

Raimundo não sabia o que era amor, só sexo. Fernando amava Maria e Pedro,

um rapaz do trabalho dele. Maria amava Joaquim e gostava de Fernando.

Joaquim era obcecado pela menina Lili que ainda não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos casou com uma americana peituda porque

queria conseguir um Green card, tem dois filhos e morre de saudades do Brasil.

Teresa teve um caso com Rafael, passado o tesão não sobrou nada,

correu pra Manoela, por tesão novamente, que tava de namorada e não quis

terminar algo certo por um duvidoso, quis tentar com José, era tarde demais,

ele casou com Julia, tem uma filha linda.

Teresa acabou indo para o convento, tentando amar Jesus.

Raimundo morreu de AIDS, não se ciudava, passou pra Gabriela com quem

teve um caso, ela que gostava de beber vive agora entre coquetéis.

Fernando casou com Maria e mantém um caso com Leonardo.

Maria, casada com Fernando, vive com saudade de Joaquim e com remorso

de pensar mais nele do que me seu marido.

Joaquim desapareceu e Lili gosta de homens mais velhos, como seu pai.

E isto é só um resumo, porque tem muita gente que não entrou na história.


Já tá na hora de eu começar a ter idéias próprias, parar com essa coisa de plágio.

sexta-feira, março 04, 2005

Esses canalhas maravilhosos...



Tem gente que critica sem nem se perguntar o porquê. O que eu estou dizendo nesse blog não é nada de novo, já se pratica há muito tempo, eu só estou explicitando. Na verdade, os personagens masculinos mais "queridos" da literatura e do cinema são canalhas de carteirinha. Quero ver quantas mulheres se levantam pra falar mal do Dom Juan, do Casanova e, mais atualmente, do James Bond!! Esses são os maiores canalhas que existiram (na ficção pelo menos), mas não são os únicos, mas para exemplo já servem.

Nunca ví ninguém perguntar porque o James Bond
sempre tá sozinho no começo de um filme se no final do outro ele morria de amor pela heroína!! E ninguém questiona os motivos dele pra isso, se é que existem, mas acontece que o amor canalha é assim mesmo, é eterno enquanto dure (mais um plágio, eu sei), e é disso que as mulheres gostam, algo que seja profundo e intenso, com cara de que vai durar pra sempre, mas isso não precisa acontecer necessariamente, mas tem que existir a possibilidade, e, pra completar a dicotomia que existe em quase tudo nessa vida, tem que ter a possibilidade de terminar. Parece contraditório? É pra ser mesmo, esse é o ponto, elas gostam da dúvida com o pé no chão, os pés nas nuvens com a certeza de um pouso seguro!

Don Juan então...era dos piores; tinha 1001 mulheres, uma sabia da outra, mas estavam felizes porque ele dava o que elas precisavam, no caso amor, hoje em dia as exigências são um pouco maiores, isso só não satisfaz, mas era também baseado na dúvida, dava tudo de sí...mas elas não sabiam se ele ia voltar, existia possibilidade é claro, mas não a certeza!! A certeza absulota é chata, incomoda pra falar a verdade. A dúvida total é angustiante, doente, chega a ser paranóica. Já a certeza não absoluta, aquela dúvida aceitável, humm parace que sim....isso é estimulante!!

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Poeminha sentimental




O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entando, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.



Mário Quintana

terça-feira, fevereiro 08, 2005


Carnaval, carnaval


carnaval, carnaval


eu fico triste


quando chega


o carnaval


Luiz Melodia




Enquanto procurava as referências pra essa citação descobri que não foi só eu quem pensou em colocar isso como citação, que esse não é um sentimento só meu, que existe várias pessoas que pensam exatamente como eu sobre o carnaval e que tiveram a mesma idéia...dizer cantando o quanto o carnaval me deixa triste!

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Pão e Tulipas

O título é um filme italiano, mas nem vou falar dele, coloquei porque fala de de pão e tulipas. Já viram uma Tulipa? É incrível como uma flor pode fascinar tanto, acho que é a forma dela....um tanto fechada ainda, parece que nunca desabrocha. Existem de várias cores e tamanhos, mas a forma é quase sempre a mesma. A que eu mais gosto é a amarela, mas não tenho nenhum preconceito com a vermelha, a rosa e a branca, afinal é só a cor que muda, a essência é a mesma, uma flor com pétalas que envolvem, protegem o centro.

Mas que porcaria é essa? Do que esse cara tá falando? De flor? Não é pra ser um site de canalha??

Tá, pode parecer sem sentido, mas acho que é completamente pertinente falar disso. Mulheres e flores sempre tiveram uma conexão, mas tulipas tem uma conexão ainda maior. Alguém já notou a semelhança da tulipa com uma vagina? A tulipa tem pétalas externas que são folhas adaptadas, como os lábios vaginais externos, são adaptaçõ;es da epiderme (pele pros desentendidos), o órgão sexual da tulipa é protegido por essas pétalas (o androceu pros entendidos), assim como os lábios protegem a mulher. Mas a maior de todas as coincidências ou semelhanças está no tal androceu (eu não sou entendido), ele é pequeno, tem que olhar bem pra achar, pra chegar nele tem que abrir com cuidado as pétalas externas e internas, é sensível e delicado...tem que tocar com cuidado, muito cuidado, é um clitóris de flor. Então se forem me dar flores, me dêem tulipas, nada de rosas ou margaridas, eu gosto de flor de mulher!

Isso já deve ter sido explorado por um escritor de verdade, não acredito que seja muito original, mas eu juro que dessa vez eu não lí nada parecido!

Tulipas


Depois d'A Flor tem um retrato pra Iaiá : Depois te ter vivido o óbvio utópico - te beijar - e de ter brincado sobre a sinceridade e dizer quase tudo quanto fosse natural....Eu fui praí e ver, te dizer: Deixa ser! Como será quando a gente se encontrar?

A citação foi inevitável, tava escutando O Bloco do Eu Sozinho quando escreví o post!

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Mais uma de amor



Sou um plagiador incorrigível, fazer o que quando falta criatividade? Andei lendo uns livros em que os autores falam abertamente de suas relações e acho que tenho o dever de falar de uma minha, não porque eles falaram, mas porque essa mereçe!


Já tive de tudo que é tipo de relação, casual, animal, sentimental, etc e tal (que horrível isso). Seguindo, das boas e das ruins, mas aquela com a Andréa foi algo. Começou sem começar, assim, não dá pra distinguir o starting point, quando ví já estava lá. Era uma tarde quente, daquelas que não dá vontade de fazer nada, só sexo, que sempre dá vontade de fazer. Não que eu precise de tardes quentes pra não querer fazer porra nenhuma, mas enfim, estavamos de bobeira na minha casa vendo um filme. A Andréa é uma morena gostosa, dessas que enchem os olhos, pernas bem torneadas, bunda durinha, peitinhos que cabem na mão, uma boca de cereja e um cheiro de mulher de matar qualquer um. Nos conhecemos não-me-lembro-como e não-sei-quando exatamente e eu sempre achei que o negócio dela fosse com mulher, afinal de contas ela nunca tinha me dado bola, e diga-se de passagem não sou de jogar fora, ou melhor, pode até jogar fora depois de usar bem!
Tava quente, o ventilador soprava o cheiro dela na minha cara a cada volta, o vento vinha e ia, vinha e ia, eu já tava ficando de pau duro com aquilo e só pensava, que sortuda a que lambe alí!! Como é inevitável pra quem só tem um sofá de dois lugares na sala, acabavamos nos roçando toda hora, até que a posição mais confortável que encontramos foi ficar colados, mesmo com o calor. Acho que foi isso que fez o sangue ferver. O contato com a pele sedosa dela, lisa e firme como deve ser a pele de toda ninfeta, tava me matando....e o suor que escorria ia dando uma sensação de prazer indescritível. Nesse momento já estavamos transando, o roçar dos corpos, o calor, o tesão, era uma transa, só não estavamos pelados. Mas isso não demorou muito a acontecer, eu olhei pra ela, ela olhou pra mim e foi, dane-se o filme, nem me lembro que filme era. Não foi lento nem devagar, nem forte nem suave, não falamos nada, quase nada, nos levantamos depois de uns beijos, umas carícias, umas mordíscadas naquele pescoço que exalava o tão cheirado cheiro e fomos pro meu quarto. Claro que a cama tava desarrumada, não sei pra que arrumar de tarde pra desarrumar de noite!

Foi até melhor assim, mais fácil de usar, no caminho ela tirou preguiçosamente a camisa pregada no corpo, o sutiã caiu no chão, eu já tinha soltado atrás, ela se jogou na cama e ficou deitada com aquela bundinha pra cima. Tirei minha camiseta e minha calça e fui fazer uns carinhos naquelas costas, beijar mais um pouco aquele pescoço, ela deu uma empinadinha na bunda quando começei a beijar, tirei a bermudinha colã e deixei a calcinha verde da capricho, nem sabia que aquilo existia, mas enfim, a calcinha era o de menos, apertei aquela bunda dura, ela arrepiou, fui apertando mais pra baixo, e mais, até chegar a um pequeno charco que aumentava, me detive alí, com as carícias ela começou a mexer os quadris e que mexida, não deu outra, puxei a calcinha e fui lambendo devagarinho o rego, passei pelo cuzinho que piscava e cheguei na fonte que molhava a calcinha, que gosto bom, já exprimentei de tudo que é tipo, de azedo a doce, mas Andréa tinha um gosto de morango, foi ai que ela tomou iniciativa, num não-sei-como ela se virou e pegou meu pau, falou pra eu colocar as pernas pro lado dela, obedecí, não sou louco, começou a chupar deliciosamente, não parecia ser daquelas profissionais, mas sabia que não podia raspar os dentes e sabia como relaxar a lingua pra envolver a glande, continuei sugando aquele líquido que já tava lambuzando as pernas suadas dela, parando as vezes por puro prazer. Continuamos assim até que sentí as pernas dela retesando e as mãos crispando nas minhas coxas. Olhei pra ela, aquela carrinha pedia um beijo, dei, quando fui me arrumar ela se virou de costas pra mim e empinou a bunda, morri, fui encaixando atrás dela, deitada, com a bunda empinada, a penetração foi inevitável, foi mais uma sucção, fui sugado pra dentro dela, engraçado como se sente prazer com mais calor, como tava quentinha. Uns minutos assim e eu já queria morrer alí mesmo, acho que ela percebeu e empinou mais a bunda me empurando até ficar de quatro, depois levantou e me empurou pra trás, caindo junto, arrumou as pernas e começou a calvagar, me entreguei totalmente, ela deu uma olhadinha pra trás e uma risadinha, tava se divertindo e eu também! Acho que ela deve ter controlado o orgasmo até sentir que eu ia gozar, porque gozamos juntos, eu não tinha capacidade de segurar mais nada, vendo e segurando aquela bundinha que tava subindo e descendo e ouvindo os doces gemidos dela, só me deixei ir e fui, longa e deliciosamente e ela também, se jogou pra trás e se deitou em cima de mim, ofegante, abracei ela forte e ficamos assim um tempo. Depois nos arrumamos e ficamos ali deitados, dormentes do sexo e do calor, dormimos.

Quando acordamos ela disse que tava com sede, fui na cozinha e busquei um coca, ela bebeu, nos arrumanos, falamos bobagens e saímos de casa pra encontrar uns amigos. Passados uns dias nos encontramos, ela disse oi, eu disse oi e a vida continuou.

Kitty

segunda-feira, dezembro 13, 2004

O Amor perfeito



Desistí de fazer o que eu tinha dito que ia fazer no outro post, não sei porque, mas desistí. Também não tenho que dar satisfações, isso aqui é um diário, não um manual...até pensei em fazer um manual, mas isso daria muito trabalho e o resultado não compessaria, quanto mais eu falo que o homem tem que ser canalha, mais os homens acham que tem que ser cafajeste, só dar um exemplo, procurem por canalha moderno no Google, vai aparecer, além de mim é claro, uns tantos outros...alí dá pra encontrar a definição perfeita de cafajeste!

Por falar em perfeição, lí um conto sobre o amor perfeito hoje, na verdade o texto foi lido pra mim...numa voz saborasamente rouca e profunda (Uhhh)! Me fez refletir que o canalha não pode satisfazer a todas as expectativas de uma mulher...não dá, ela não vai se satisfazer com isso, pelo contrário, só vai gerar mais necessidades, até o ponto em que a própria necessidade será ter uma expectativa que ele não possa satisfazer. O que ele deve fazer é satisfazer algumas expectativas e não satisfazer outras, mesmo que possa, adapta-se tudo, tem que fazer algumas coisam que ela não goste as vezes, mesmo que não seja o que gostaría de fazer...assim estará satisfazendo a necessidade mais primordial da mulher, ter o que mudar no homem!

O Conto é de Daniel Galera, tá no livro Dentes Guardados, mas o livro tá esgotado, procurem pela internet, tem uns contos espalhados por ai, esse se chama amor perfeito; tem mais um dele aqui.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Façam a revolução



A sobrevivência do homem (macho da espécie humana), em todas as suas variantes, inclusive o homo canalhius, está ameaçada. A revolução já começou há muito tempo, mas muitos teimam em não ver seus feitos e efeitos. Não tenho muito certeza de quando foi que isso aconteceu, só sei que era inevitável, tudo evolui, menos o macho humano que está ficando parado no tempo. O que acontece é que estamos ficando dispensáveis, as mulheres não precisam mais de nós, estamos obsoletos, não sabemos satisfazeras necessidades e expectativas delas e não estou falando só sexualmente, embora nisso estamos cada vez piores, esse mito do pênis, que temos que dar milhares por noite pra sermos os fodões...quanta ignorância. As outras necessidades, não tanto fisiológicas como essa, que não sabemos satisfazer são exatamente aquelas que nem percebemos...não temos a capacidade pra isso, quem entende as mulheres? Essa é pergunta clássica, mas se nós não as entendermos quem vai? É na resposta para essa perguntaque está todo o problema. Acontece que elas estão suprindo essa falta com elas mesmas, estão descubrindo que uma outra mulher pode ser muito melhor que um homem, coisa que eu concordo sendo homem, gostar de homem é foda, homem fede, é feio, e não existe coisa mais ridícula que homem pelado. Ao contrário dá uma olhada numa mulher nua (tô falando em olhar, não ficar babando pra comer ela!!), é uma obra prima...esculpida pelos anos da evolução, um corpo desenhado pra dar tudo que a cria precisa e ainda por cima ser atraente. As mulheres sabem satisfazer as necessidades umas da outras, sabem porque tem o poder de notar quais são essas necessidades e nós nem tentamos notar! O homem se tornou um pênis descartável!

O canalha é o único que tem alguma chance nessa história toda, porque ele é o produto de toda essa exigência feminina, o que, movido pelo instinto de sobrevivência, se adaptou a nova realidade. Mas temo que sejamos tão poucos que entraremos no mesmo bolo de homens. Porque, ao contrário do que muitos acreditam, canalhas mesmo existem muito poucos, conscientes da sua situação, menos ainda. O que mais existe é cafajeste. Aliás são esses os culpados por grande parte do que está nos acontecendo, acham que sair por ai tentando comer todas e dizendo frasesinhas baratas do tipo, Oi princesa, que tá fazendo fora do castelo? Estarão abafando e sendo os bons, estão justamente fazendo o contrário, levando cada vez mais mulheres a olhar pra outra e não pranós. Não estou dizendo que o canalha não tenha que querer comer todas, pode até querer, mas o negócio é como fazer!! Os próximos posts serão dedicados a dicas de como evoluir como homem...deixar de ser um homo chatus e ser um canalhius descente!




Excitante? Sim, enquanto tivermos um lugar nesse triângulo!!

quarta-feira, setembro 08, 2004

Sob nova direção



O título é enganoso, não estamos sob nova direção, sou eu mesmo, só que agora vamos fazer uma mudança no blog, até que enfim descobri como colocar imagens (já sabia, mas agora coloquei em prática!), então vou poder fazer uma reforma no layout...com imagens fica mais fácil de deixar as coisas bonitinhas!!






Que pena da rata!!

segunda-feira, junho 28, 2004

O Retorno do Canalha



Após um tempo parado o Diário volta ao ar. Sabem como é, um canalha não pode enfrentar seus problemas em público, não faz bem para sua imagem. Então dei um tempo pra afogar as magoas longe do público, essa é mais uma lição do bom canalha, ele até pode sofrer, isso acontece com todo mundo, mas não fica por ai espalhando sua dor pra todos os lados, se fazer de coitado não cola mais, as mulheres acham isso um saco.
Nos próximos dias voltaremos à ativa 100%.

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Tentações



Eu falei em nóia noutro post, bom, o canalha tem uma nóia inata, uma compulsão, não adianta nem se tratar, não tem cura, tá impressa no DNA. Ele se apaixona todos os dias, até mais de uma vez por dia, e veja bem, não é tesão, não é olhar uma mulher super gostosa e querer levá-la pra cama¹, é paixão de verdade, ele se apaixona pelo jeito de uma, pelo olhar de outra, pelo sorriso, pelo corte de cabelo, pelo modo de se vestir, etc, poderia citar mais de mil razões para se apaixonar e até paixões que nem tem razão, o que quero deixar claro é que vontade de conhecer, de tocar, cheirar, beijar (nessa ordem), de saber como ela realmente é, o que há por traz daquele motivo que o levou a se apaixonar. Ele até poderia tentar resistir, convercer-se que deve ser um homem sério², que tem que seguir os padrões sociais estabelecidos, mas de que isso serviria se quando ele chegar em casa vai ficar pensando naquelas que ele quis e que não vai ter nem mais a chance de ver? É como negar o impulso de curiosidade do ser humano, chega uma hora que tu vai, inevitavelmente, querer saber alguma coisa e esse é o impulso, é como respirar, tenta parar, na hora que o corpo se desesperar tu volta a respirar. Então o canalha tem que assumir uma filosofia bem simples, a melhor maneira de se livrar de uma tentação é cedendo a ela³!


Não estou dizendo que cada uma dessas paixões é eterna, claro que não, podem durar um dia, um mês, sei lá, pode ser que depois de um tempo o interesse mútuo (ou não) diminua ou mesmo termine, mas o que importa é viver a tentação. Acontece até de nem dar em nada, só conhecer e pronto, ficarem amigos. Sim, o canalha pode ter amigas, desde que os dois tenham alguma admiração por algum aspecto do outro, por exemplo, um gosta da companhia do outro ou da conversa e isso é o sufiente pra ele.


¹ Claro que isso pode acontecer, mas não é disso que estou falando.
² Não que o canalha não seja sério, mas a sociedade diz que não, o que fazer?
³ Ainda vou me lembrar do nome do autor dessa frase, é fantástica!

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Sobre o comportamento do homem



O que mais me espanta no comportamento do homem genérico é que ele gosta mais de contar pros amigos sobre as mulheres que ele pegou (pegou mesmo, comeu, assim bem vulgar, conquistar já é muito sofisticado pra ele) do que realmente de ficar com mulheres. Alguns chegam ao ponto de perderem o tesão por saberem que não vai ter ninguém pra contar depois, e quando fazem dão logo um jeito de espalhar o mais rápido possível. E é aquela coisa, ele chegou detonando, disse uma coisa que ela se apaixonou na hora (mas que ele não se lembra), até as amigas dela queriam ele, mas ele escolheu ela, pra não ficar chato.
O que me espanta nisso é a insegurança do homem, ele tem que afirmar a masculinidade frente aos outros, mostrar que é tão ou mais macho que seus amigos (e se tiver amigas, muito raramente, que é o comedor). Me espanta também que ele faz isso pros outros, se tu pensar bem, e não pra ele mesmo, o que seria bem mais honrado. Claro, ele não pode cair na desgraça frente aos amigos que vão chama-lo de bicha, de travadão e peganingue¹.
Mas o canalha é um homem bem mais resolvido quanto a isso, ele pode até ter uma ou outra nóia, bem normal, mas não essa, ele sabe que é homem e não precisa afirmar isso pra ninguém, como eu disse anteriormente², deixa que pensem o que quiserem, é a dúvida que gera o poder. E ai está a diferença, ele faz porque gosta, não pelo os outros vão pensar, de preferência que nem pensem nada, que nem saibam!!


¹ Da tribo dos peganingues, antiga tribo indígena formada só por homens que nunca pegavam nenhuma mulher, os antropólogos estão tentando entender como essa tribo ainda se perpetua até os dias e hoje, um mistério sem dúvida!
² Fama, status e magalices.

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Comentários e bebidas



Estava sentado numa mesa de resturante essa tarde e, sem querer, escutei um comentário da mesa ao lado que me deixou perplexo. Não foi pelo comentário em si, nem pela pessoa que tava proferindo, mas foi pela carga cultural que aquele cometário tava carregando. Aquilo me fez perceber uma coisa, os homens são muito mais ignorantes do que eu pensava, além de, na sua maioria, serem uns homo chatus, não percebem que a mulher está pensando diferente, claro que ela ainda pensa em filhos e casamento, mas ela também pensa numa profissão, não quer ser dependente, tem planos!! O homem genérico ainda pensa como nossos avós, é necessária uma ruptura, um salto evolucionário, pra que o homem consiga acompanhar a mulher.
Acontece que ai é que está o problema, na ruptura, se o sujeito não nasceu canalha de berço, não é depois de velho que ele vai se tornar um, não dá, é uma questão de princípios, tu nasceu vendo uma coisa, está tão enraizado em ti que não dá pra destinguir de ti mesmo, então a única coisa que resta a fazer é educar as gerações seguintes, aprender nossos erros e concertá-los nos filhos. Chega a ser triste, saber que pra esses só resta trilhar um caminho sem fim, mas vai ter que ser assim mesmo, abrir caminho pras novas gerações, essa já está perdida! Tá, nem tudo tá perdido, ainda tem muitas mulheres que vão aguentar um homem meio devagar, sempre tem um sapato velho prum pé torto, não é assim o ditado? Mas não dá pra se iludir, o futuro é negro, então trata de te atualizar!!
Bom, depois ouvi outro comentário, de outra mesa, que nem vale a pena comentar aqui, homem genérico já é ignorante, homem genérico quando bebe cerveja fica pior ainda!! Canalha que se preste tem bom gosto, até pode beber cerveja quando sai com os amigos, mas nunca até o ponto de sair carregado falando bobagem, não há nada pior pra imagem de um homem. E se é pra beber que seja algo bom, um bom vinho, um bom licor, em uma boa companhia, é claro.

sexta-feira, janeiro 30, 2004

Machismo e evolução



Por mais que posso parecer o canalha não é um machista,na verdade ele nem tem culpa de ser como é, ele é um fruto das exigências das mulheres, foram elas que fizeram nós ser o que somos¹. O canalha é o macho alfa talhado pela evolução, forjado para satisfazer os desejos femininos e assim continuar existindo.
Isso é alarmante se tu pensar bem, o homem normal (que não é canalha), está fadado a extinção, ele não tem mais lugar nesse mundo, temos que ver que os valores mudaram muito, aquela história de ter um homem provedor das necessidades do lar já era, agora a mulher vai a luta, faz por ela, toma decissões e traça planos, não fica mais esperando pelo marido. Ela não fica mais satisfeita com aquele homem bonzinho que traz tudo pra casa, mas que não a diverte, que não faz ela se sentir mulher na sua plenitude, o mesmo homem que fica com ciúmes quando ela começa a sair de casa e ter amigos. Nem fica satisfeita com aquele que chega em casa depois de um dia de trabalho e só quer saber de futebol, amigos e cerveja ou ainda dos intelectuais, esses são dá pior espécie, decididamente em extinção, deviam até ser protegidos pelo IBAMA, porque são os mais chatos, tu acha que alguma mulher quer homem que goste de discutir relação?? Que volta e meia entra em crise existencial?! Que tem tantas preocupações na cabeça que na hora do rala-e-rola não vai?! Não dá, né? E é ai que entra o canalha, que é o parceiro ideal para essa nova mulher, para satisfazer suas necessidades sexuais e afetivas, ele não quer prover lar nenhum, não tem crises (pelo menos não na frente dela), o que interessa pra ele é ela. Ela é o motivo de tudo que ele faz e é disso que ela gosta.
O "homo canalhius" é a espécie selecionada pela natureza, por isso que cada vez mais vemos canalhas aparecendo, o homo certinhus, o homo intelectuaus e todas as outras raças de homo chatus estão com os dias contados. Na nossa geração eles ainda tem chance por termos influências de tempos mais obscuros onde a mulher mal saia de casa (e só saia acompanhada), mas num futuro próximo, só o canalhius terá vez. A minha preocupação é aonde isso vai terminar....vejo um futuro negro para o homo de todas as espécies.


¹ Elizabeth Badintter, XY: sobre a sexualidade masculina.

quarta-feira, janeiro 28, 2004

Fama, status e magalices



Apesar de muitos pensarem o contrário, o canalha não é um exibido, ele não conta vantagem pelas suas conquistas, pode até ficar envaidecido, sabem, aquele negócio de ego, mas é uma satisfação pessoal, não sai por ai dizendo pra todo mundo o que ele faz ou deixa de fazer.
Pra falar a verdade as vezes até é bom que as pessoas (mulheres pra ser exato) achem que ele ficou com a fulana, beltrana, ciclana e por ai vai, mas que não tenham certeza, isso dá a ele um ar de safado, de quem está por cima na situação, sabendo o que está acontecendo e que, além disso, está acontecendo do jeito que ele quer. Isso é um verdadeiro açucareiro pras formiguinhas, as mulheres chegam a grudar no coitado, é uma desgraça!! Só que esses eventos singulares tem que ser administrados com muita cautela e cabeça no lugar. São eventos singulares porque não ocorrem todo dia, fama (ou status) canalhístico é uma coisa que vem e vai, não dá pra estar sempre no topo, mas para manter um patamar inferior nem tão inferior assim, tem que saber administrar os momentos de pico, lá vem o tal do ego de novo, quando se está no topo o ego vai pro céu, o canalha pensa que pode fazer tudo e acaba virando um cafajeste, daí todo seu reino, que foi construído sobre uma postura filosófica sólida e honrada, vai abaixo, porque o cafajeste é um pária, um aproveitador, sem conduta moral. Quando está no topo é que tem que ser mais discreto impossível, pra que pensem que estavam enganados ao seu respeito, "ele nem tá podendo tanto", quando a coisa começar a esfriar dá pra colocar mais uma lenha na fogueira, mas uma só, não vai colocar vinte de uma vez!!
Bom, tudo isso foi pra explicar o que é ser "um magal", que me pergutaram, é um exibido, metido a bom, do Dicionário de Porto-Alegrês¹, bagaceiro com posse de grande coisa!! Não serve pra ser canalha :) Então, magalice é "coisa de magal" !!


¹de Luís Augusto Fischer, explica os termos usados no sul e que não são de uso corrente no resto do país.

sábado, janeiro 24, 2004

Requisitos fundamentais do canalha



Para ser um canalha decente não pode ser pobre. Canalha pobre não é canalha, é pobre, que já é um substântivo com muito valor agregado, ou melhor sem nenhum valor agregado.
O problema de ser pobre e querer ser canalha é que pobre não pode fazer nada que um canalha gosta de fazer, como é que tu vai convidar uma mulher pra sair de ônibus?? Já viu coisa mais ridícula?! Nem dá pra ter um chevette rebaixado, isso é coisa de magal, fusca também nem pensar, tô falando de carro!! Não precisa também ser carrão luxuoso, basta ser um carrinho legal, com som (normal, não com falante de 30 cm e dois módulos, mas tem que ter CD) e tem que estar sempre limpo e cheiroso. Além disso, pobre não pode manter mais de uma mulher ao mesmo tempo, vai com uma no cinema e não vai poder levar a outra pra jantar! Ser canalha e deselegante não dá, tem que ter classe, saber se comportar em qualquer ambiente e saber conversar sobre todos os assuntos, de moda a arte erudita. Também não precisa levar nos restaurantes mais caros e sofisticados só pra impressionar, ele nem deve usar isso como subterfúgio pra conquistar alguém, isso tem que ser um complemento para a conquista. Pro pobre que quer ser canalha só resta então ser malandro, que é o barão da ralé (viva o Chico), como diz a música, ele até trabalha mora lá longe e chacoalha num trem da Central, muito honrado, até respeitado entre os canalhas, mas pra canalha mesmo não dá.

Ah, se eu não deixei isso bem claro, pro canalha não é problema ter mais de uma mulher ao mesmo tempo, na verdade isso é propósito, ele não consegue evitar de gostar de mais de uma pessoa, mas me digam, que culpa o cara tem de existir tanta gente interessante no mundo? Fora o fato de ele próprio ser interessante. Mas veja bem, isso não significa promiscuidade, não é sair por ai ficando com todas que aparecem pela frente, só com bonitas, interessantes, inteligentes, simpáticas, divertidas e por ai vai :)

Esclarecimentos iniciais



A primeira coisa a deixar claro é que, apesar do nome, este blog não será realmente um diário, mas sim um desabafo e um esclarecimento sobre o que é ser um canalha moderno. Um desabafo porque o canalha é, sem sombra de dúvida, o homem mais incompreendido do mundo; muitas vezes confundido com cafajeste, esse sim é um vagabundo de nota maior, mas o canalha talvez seja o último cidadão honrado da terra. Os motivos para essa afirmação ficarão claros conforme o site for se desenvolvendo, mas já posso deixar uma dica, quem mais tem seus príncipios morais e objetivos mais transparentes para o resto do mundo do que um canalha? Pode até ser que sua conduta não seja a moralmente aceita, mas já acho que podemos ter certeza do seu comportamento é uma vantagem sobre as condutas moralmente aceitas, onde as pessoas são dissimuladas para se encaixar nos padrões morais.